quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Me até me


Se só me sobrassem pontas,
as colocaria na estante,
empilhadas em livros,
embrulhadas em guardanapos,
com versos esquecidos
rabiscados com batom.

Dos inteiros, gastaria até o último sabor,
até o último cheiro, o último odor.
Me tocaria até gastar os dedos,
irisar os seios, me transformar em déia,
em poetastra indolor.

4 comentários:

Nilmar Barcelos disse...

Quando bate Brisa foi, torta, em contra-tempos, jaz num jazz.

Janaína Moreno disse...

Ainda não sei qual me tocou mais...

lira turrer disse...

O ar que vem de fora da janela aberta
Agita-se em brisa a brisa já agitada por dentro. Quer levar a brisa a voar, mas ela não precisa, já tem asas. Não como os anjos que voam suave e só vêem de cima. Ela vê de baixo, de lado, de trás e de frente e arrebata tudo em ventania. Infinita e livre como o horizonte na janela, Brisa.

Superviva! disse...

pode virar música?